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Guia definitivo da compra de terrenos em Paulínia, Campinas e região

  • Foto do escritor: Zilda Simao
    Zilda Simao
  • 20 de jul.
  • 6 min de leitura
compra de terreno em Paulínia Caminas e região
O guia definitivo para comprar um terreno em Paulínia, Campinas e região apresenta 8 pontos essenciais para o negócio.

O guia definitivo para comprar um terreno em Paulínia, Campinas e região apresenta 8 pontos essenciais para o negócio.


A decisão de comprar um terreno é um dos investimentos mais significativos na vida de uma família. É a base para a construção de um sonho e a consolidação de um patrimônio. Para garantir que este grande sonho seja seguro, é fundamental agir com diligência e informação.

Este guia detalhado vai além do básico, explorando 8 pontos cruciais de análise jurídica e prática que asseguram uma aquisição tranquila e protegem seu investimento de riscos ocultos.


Os 8 Pontos de análise aprofundada


1. Análise completa da matrícula do imóvel para a compra de terreno em Paulínia, Campinas e região


Para a compra de terreno em Paulínia, Campinas e região, não basta apenas olhar a matrícula; é preciso interpretá-la. Verificamos:


·         Histórico de proprietários: todas as transferências do imóvel e todos os donos. Vendas sucessivas em curto período podem ser um sinal de alerta. Pode significar fraude, principalmente se estivermos falando de empresas ou casais em processo de separação.


·         Ônus e gravames registrados na matrícula: os mais comuns são: hipoteca (o imóvel é garantia de uma dívida do vendedor); alienação fiduciária (o imóvel pertence a um credor até a quitação da dívida) e penhora (o imóvel foi bloqueado pela Justiça para pagar uma dívida).


Importante: a análise de ônus e gravame não deve se restringir aos registros na matrícula. É preciso análise das certidões em nome do vendedor.


·         Descrição do Imóvel: as metragens e confrontações descritas na matrícula conferem com a realidade e com o material de venda? Discrepâncias aqui podem gerar grandes problemas futuros. Muito comum nos imóveis do interior, onde ainda não foram abertas matrículas, possuem somente a transcrição.


“Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão, ou se determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos casos, às dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional ao preço.”


Portanto, por mais que a lei lhe dê o direito de pedir o complemento da área ou indenização, você precisa ficar atento ao prazo, pois o próprio código, logo abaixo, dispõe:


“Art. 501. Decai do direito de propor as ações previstas no artigo antecedente o vendedor ou o comprador que não o fizer no prazo de um ano, a contar do registro do título.”


Ou seja: você só tem 1 (um) ano a contar do registro para entrar na justiça. Então, é mais estratégico fazer a análise antes de assinar o contrato.


2. Análise de zoneamento e plano diretor na Prefeitura


Além de saber se a zona é residencial, é preciso aprofundar:


·         Código de obras: verificar os recuos obrigatórios (frontal, lateral), a taxa de ocupação (quanto do terreno pode ser construído) e o gabarito de altura (quantos andares são permitidos).

·         Projetos futuros: consultar na prefeitura se existem planos para obras viárias, como novas avenidas, viadutos ou até vielas que precisam passar dentro do seu terreno, as quais desvalorizam e imobilizam o imóvel.

·         Melhoramento viário: O terreno está sujeito a alguma área de melhoramento viário que possa levar a uma desapropriação parcial no futuro?

Imagine você compra o terreno, constrói uma casa, e após estar morando com sua família é pego de surpresa por uma desapropriação pública. Todo o sonho e encantamento vai por água abaixo.


3. Verificação de débitos e da "saúde financeira" do vendedor


A análise se divide em duas frentes:


·         Dívidas do Imóvel: solicitar certidão negativa de débitos de IPTU e, se aplicável, de condomínio ou associação dos moradores. Estas dívidas são consideradas como dívidas "propter rem". Ou seja, a dívida acompanha o imóvel, independente do dono, e o mesmo pode ser leiloado para pagamento delas.

·         Dívidas do vendedor: é crucial solicitar certidões negativas de ações cíveis, fiscais e trabalhistas em nome do vendedor. Um vendedor muito endividado pode estar realizando uma "fraude contra credores", o que pode levar à anulação da venda pela Justiça.

Importante: caso o vendedor tenha adquirido o imóvel em menos de 5 anos, é fundamental fazer a análise dos proprietários anteriores.

4. Análise crítica do contrato de compra e venda

Pontos específicos a serem observados nas cláusulas:

·         Prazo de entrega da infraestrutura nos casos de terrenos em loteamento: o contrato especifica datas claras para a entrega de água, esgoto, energia elétrica e pavimentação? Prazos vagos são um risco.

Importante: sem a finalização das obras de infraestrutura o vendedor não consegue a emissão na Prefeitura da certidão de conclusão para averbação na matrícula, o que impossibilita a individualização do imóvel, a expedição da guia do imposto de transmissão e transferência definitiva para seu nome. Ou seja, você compra, mas não consegue escriturá-lo.

·         Cláusula penal: a multa por rescisão ou atraso é equilibrada? Ou ela é pesada apenas para o comprador? Contrato é acordo mútuo. Nenhuma multa deve ser somente em favor do vendedor.

·         Transferência de IPTU: a responsabilidade pelo pagamento do IPTU e taxas só pode ser transferida ao comprador após a posse efetiva do lote, não na assinatura do contrato.

No Código Civil a regra é:

Portanto, fique atento para não assumir obrigações que não são suas.

·         Taxa de associação ou condomínio: o contrato deve ser claro sobre a obrigatoriedade, valores e regras da associação de moradores.

Importante: você precisa ter acesso ao estatuto social nos casos de associação, e à convenção de condomínio nos casos de condomínio de lotes. Neles estão todas as regras de convívio, construção, reformas, mudanças, utilização da área comum, multas por descumprimento das regras e, de fundamental importância, a destinação (se puramente residencial ou se misto).

Recentemente a Justiça aplicou multa de R$ 37.000,00 a uma moradora por ela ter utilizado área comum para gravação de clipe com cunho comercial, pois o condomínio é de destinação, exclusivamente, residencial.

5. Regularidade ambiental: garantia contra embargos da obra pelos órgãos públicos

Peça à loteadora cópias das licenças ambientais do empreendimento (Licença Prévia - LP e Licença de Instalação - LI). Verifique também no mapa de zoneamento se o lote não está localizado em área de proteção permanente (APP), como margens de rios, onde a construção é proibida ou restrita.

Importante: qualquer tipo de restrição deve estar na matrícula do imóvel. Porém, você não deve se restringir a ela.

6. Análise da topografia e condições físicas do terreno

Um cuidado prático que evita custos enormes. É importante visitar o local para verificar:

·         Aclive ou declive: terrenos muito inclinados exigem projetos de terraplanagem e contenção caríssimos, que podem inviabilizar a obra.

·         Tipo de solo: solos rochosos ou encharcados também aumentam significativamente o custo da fundação.

·         Posição em relação à rua: lotes abaixo do nível da rua podem sofrer com alagamentos.

Importante: se seu terreno tiver aclive ou declive e fizer divisa com o muro do condomínio, é importante entender a obra de infraestrutura do muro de divisa (se precisa de muro de arrimo ou somente um talude). A falta desse tipo de proteção pode interferir na sua casa e no seu muro.

7. Reputação da loteadora e infraestrutura prometida

Investigue o histórico da empresa vendedora. Procure por outros empreendimentos já entregues por ela, converse com moradores, pesquise por reclamações em sites como o Reclame Aqui. A promessa de uma infraestrutura completa precisa ser respaldada por uma reputação sólida.

8. Regras da associação de moradores ou do condomínio

Em loteamentos fechados, a associação funciona como um condomínio. Solicite o estatuto social e o regimento interno para entender as regras sobre padrões de construção, cores de fachada, muros, convivência e, principalmente, o valor da taxa mensal e as penalidades por inadimplência.

A Lei 13.465/2017 incluiu o artigo 1.358-A no Código Civil, que criou o Condomínio de Lotes, no qual as regras constam na convenção e regimento interno do condomínio – os quais, igualmente, devem ser analisados.

3. Conclusão

A aquisição de um terreno é uma operação complexa com múltiplas camadas de análise. Este guia demonstra que a segurança do seu investimento depende de uma verificação detalhada que vai muito além da simples assinatura de um contrato.

Uma assessoria jurídica especializada não apenas identifica os riscos, mas oferece a tranquilidade necessária para que você possa focar na construção do seu futuro. Antes de dar este passo tão importante, proteja seu patrimônio. Entre em contato para uma análise completa e tenha a certeza de estar fazendo um negócio seguro e vantajoso.


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