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Contrato de Gaveta no Direito Imobiliário: Guia Completo e a Necessidade de Contratar um Advogado Especialista

  • Foto do escritor: Assessoria de Marketing
    Assessoria de Marketing
  • 19 de jul.
  • 4 min de leitura
Contrato de gaveta em imóveis financiados – Guia jurídico completo

Introdução


O contrato de gaveta representa uma das práticas mais comuns e, simultaneamente, controversas no mercado imobiliário brasileiro. Caracterizado pela informalidade e ausência de registro oficial, esse tipo de acordo movimenta milhões de reais anualmente no país, especialmente em transações envolvendo imóveis financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH).


A denominação “contrato de gaveta” deriva do fato de que esse documento tradicionalmente permanece “guardado na gaveta” das partes envolvidas, sem a devida formalização legal.


Embora seja uma alternativa aparentemente simples e econômica para transferências imobiliárias, essa modalidade contratual apresenta complexidades jurídicas significativas que podem resultar em consequências severas para ambas as partes.


No cenário atual do direito imobiliário brasileiro, compreender as nuances do contrato de gaveta tornou-se essencial para compradores, vendedores, investidores e profissionais do setor. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reconhece a validade desses contratos entre as partes, mas estabelece limitações importantes quanto aos seus efeitos perante terceiros.


O que é Contrato de Gaveta: Definição Técnico-Jurídica

Conceito Legal e Características Fundamentais


O contrato de gaveta constitui um acordo informal de compra e venda de imóvel celebrado entre as partes sem o devido registro no Cartório de Registro de Imóveis. Segundo a doutrina civilista, trata-se de um instrumento particular que atende aos requisitos básicos do artigo 104 do Código Civil — agente capaz, objeto lícito e forma não defesa em lei — mas que não produz os efeitos típicos da transferência de propriedade.

Principais características técnicas:

  • Natureza jurídica: promessa de compra e venda com cessão de direitos

  • Eficácia: limitada às partes contratantes, sem oponibilidade contra terceiros

  • Registro: ausente, violando o princípio da publicidade registral

  • Transferência dominial: não ocorre, mantendo-se a propriedade com o alienante


Base Legal no Ordenamento Jurídico Brasileiro


Embora não possua previsão legal específica, o contrato de gaveta encontra amparo nos artigos 286 a 298 do Código Civil, que regulamentam a cessão de direitos. O artigo 221 do mesmo diploma estabelece que “o instrumento particular, feito e assinado por quem esteja na livre disposição e administração de seus bens, prova as obrigações convencionais de qualquer valor”.

Contudo, o artigo 1.245 do Código Civil determina que “transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis”. Essa disposição evidencia a impossibilidade de transferência dominial através do contrato de gaveta, que permanece como mero direito obrigacional.


Como Funciona o Contrato de Gaveta na Prática

Dinâmica Operacional


Na prática imobiliária, o contrato de gaveta opera através de uma triangulação de interesses envolvendo:

  1. Vendedor (mutuário): mantém o financiamento em seu nome perante a instituição financeira.

  2. Comprador (gaveteiro): assume informalmente o pagamento das parcelas do financiamento.

  3. Transferência de posse: o imóvel é entregue ao comprador sem transferência de propriedade.

  4. Quitação: somente após a quitação total ocorre a transferência formal da propriedade.


Modalidades Contratuais Mais Comuns


  1. Contrato de gaveta com financiamento habitacional — envolve imóveis ainda financiados pelo SFH.

  2. Contrato de gaveta para imóveis quitados — usado para evitar custos de escritura pública e registro.

  3. Cessão de direitos em programas habitacionais — frequente no Minha Casa Minha Vida, onde há restrições à transferência formal.

ATENÇÃO ESPECIAL: Antes de se envolver em qualquer contrato de gaveta, é fundamental realizar uma análise jurídica prévia com um advogado especialista em direito imobiliário. Solicite assessoria com a Dra. Zilda Simão.


Análise Jurídica: Validade e Eficácia

Posicionamento da Jurisprudência do STJ


O STJ consolida entendimento favorável à validade dos contratos de gaveta entre as partes. A Súmula 239 estabelece que “o direito à adjudicação compulsória não se condiciona ao registro do compromisso de compra e venda no cartório de imóveis”, conferindo proteção ao comprador que quitou suas obrigações.

Jurisprudência relevante:

  • REsp 1698807 RJ — reconhecimento da legitimidade do cessionário para adjudicação compulsória.

  • Súmula 308 STJ — hipoteca não impede adjudicação compulsória após quitação.


Limitações Legais e Efeitos Perante Terceiros


Apesar do reconhecimento jurisprudencial, o contrato de gaveta apresenta limitações significativas:

  • Não oponibilidade a terceiros.

  • Titularidade permanece com o vendedor.

  • Exposição a penhoras, dívidas e ações judiciais.


Principais Riscos do Contrato de Gaveta

Riscos para o Comprador (Gaveteiro)


  1. Insegurança jurídica total.

  2. Penhora do imóvel por dívidas do vendedor.

  3. Venda duplicada do mesmo imóvel.

  4. Disputas sucessórias em caso de falecimento do vendedor.


Riscos para o Vendedor


  1. Responsabilidade por inadimplência do comprador.

  2. Obrigação por IPTU e taxas condominiais.

  3. Dificuldade de crédito futuro.

IMPORTANTE: Esses riscos podem ser reduzidos com orientação jurídica especializada. Consulte a Dra. Zilda Simão.


Código Civil


O artigo 108 determina a escritura pública para negócios que transferem direitos reais sobre imóveis acima de trinta salários mínimos, tornando inadequado o contrato de gaveta para transferências definitivas.


Lei 10.150/2000


Permite regularizar contratos de gaveta assinados até 25 de outubro de 1996 no âmbito do SFH, mesmo sem anuência da instituição financeira.


Procedimentos de Regularização

Adjudicação Compulsória


Processo judicial que transfere a propriedade quando o comprador prova a quitação e o vendedor se recusa a outorgar escritura.


Procedimento Extrajudicial


Lei 13.465/2017 permite adjudicação compulsória diretamente no cartório, desde que cumpridos requisitos formais.


Usucapião

Quando não há adjudicação possível, a usucapião pode regularizar a posse prolongada, se atender aos requisitos legais.

REGULARIZAÇÃO PROFISSIONAL: Agende consulta com a Dra. Zilda Simão para avaliar a estratégia ideal.


Vantagens de Contratar um Advogado Especialista


  1. Análise técnico-jurídica aprofundada.

  2. Proteção contra fraudes e irregularidades.

  3. Elaboração de contratos seguros e detalhados.

  4. Assessoria na regularização e formalização.

  5. Representação em litígios.

  6. Economia de tempo e recursos.

  7. Segurança jurídica completa.

EXPERIÊNCIA COMPROVADA: A Dra. Zilda Simão atua há mais de 15 anos em direito imobiliário.


Alternativas Legais ao Contrato de Gaveta


  1. Cessão de direitos registrada.

  2. Novação do contrato de financiamento.

  3. Portabilidade de financiamento.

  4. Venda com alienação fiduciária.

ORIENTAÇÃO PERSONALIZADA: Consulte a Dra. Zilda Simão.


Impactos Econômicos e Tributários


  • ITBI, Imposto de Renda e IPTU podem gerar questionamentos.

  • Irregularidade desvaloriza o imóvel e limita garantias de crédito.


Aspectos Processuais


Adjudicação compulsória: dura em média 12 a 24 meses, envolve custas e honorários. ACOMPANHAMENTO ESPECIALIZADO: Conte com a Dra. Zilda Simão.


Casos Práticos


TJSP — Apelação Cível: reconhecimento da legitimidade de gaveteiro de boa-fé para adjudicação de imóvel CDHU.


Conclusão


O contrato de gaveta é realidade recorrente e arriscada. A contratação de advogado especialista é essencial para segurança jurídica. Entre em contato com a Dra. Zilda Simão e proteja seu patrimônio.

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